Um dos poucos microcontos que achei numa gaveta, Lembrava dele, mas não sabia onde havia guardado e nem mesmo sabia se o havia guardado. Ele é datado de 16/11/2008, provavelmente escrevi ele numa das aulas do primeiro período rs.
Um segundo…
O sol parecia incomodar a todos naquele parque. Gotículas de suor percorriam os corpos dos andantes como se apostassem uma corrida em direção ao chão. Todos pareciam se incomodar, todos menos ela, que parou embaixo de uma árvore, olhou para o horizonte, e coincidentemente minha direção, e sorriu. Ela sorriu pra mim, eu sei que foi pra mim. Naquele segundo meu mundo se uniu ao dela. O sol congelou, as nuvens sumiram e o fraco vento cessou. Aquele olhar de alguma forma me aqueceu. Eu me sentia vivo. Eu estava vivo novamente. Pude sentir o odor do seu perfume, uma mistura de cedros com qualquer outra coisa que não reconheci. Aquilo me queimou por dentro e a sensação era de que uma faca rasgava tudo aquilo que um dia eu havia chamado de corpo. Vi sua expressão mudar com a mesma velocidade daquele segundo. Somente naquele segundo eu pude perceber que ela ainda me amava. Tudo voltou ao normal, as pessoas ao redor ainda pareciam irritadas com tamanho calor. Eu já estava pronto para ir embora.
(My body may be a work-in-progress, but there is nothing wrong with my soul.)
Transamérica