Quando se é velho ainda novo!

Adolescência é a época de pirar, né? Sair pra balada final de semana, beber todas, pegar alguém e só chegar cedo (do outro dia). Bem, nem sempre. A chamada “Síndrome dos Jovens Idosos” ataca muita gente por motivos diferentes. Acredito que a minha “desculpa” é apenas uma questão de acidente temporal. Logo que o adolescente começa a sair na noite, geralmente nos aniversários de 15 anos das amigas, ele começa a pegar gosto pela coisa: beber com os amigos, chegar mais tarde em casa, etc. Acontece que na minha época várias coisas impossibilitaram essa continuidade, entre elas a principal foi eu enão entrar em consenso com meus amigos sobre o destino de nossas saídas.

Enquanto eu queria curtir uma boate (até porque até então nunca tinha ido a nenhuma), a maioria queria ir pra shows de forró, axé e afins que eu não fazia a mínima questão de chegar perto por puro desinteresse mesmo. Além do que, mesmo que eu arrumasse companhia era difícil sair sem carro, morava longe dos “points” e, ou andava de táxi ou não ia e adolescente liso, só com passe escolar na carteira, já viu.

Pra não deixar de sair com os amigos a solução foi encontrar um senso comum: cinema! Grandes filmes que me lembro de ter visto na telona tiveram como companhia meus amigos da escola, acho até que isso me aproximou mais da 7º arte e me fez mais curioso pra acompanhar produções, notícias, diretores, etc (Pra quem não sabe tenho um site e um blog de cinema ;D). Acontece que a saída pro cinema começou a ficar manjada e aos poucos também fomos deixando de lado e por falta de opção mesmo (e a aproximação do vestibular), meu divertimento se resumia a um livro, uma crítica de cinema, ouvir música, assistir televisão,jogar baralho, dormir. Enfim, algo que contrariasse os agitos da night.

Eis que entro na faculdade e quem eu encontro? Os amigos que eu queria quando tinha 15 anos (não que eu não goste dos meus amigos de início de adolescência, pelo contrário!) Hoje em dia é raro uma sexta-feira passar sem convite, nem que seja pra ir jogar sinuca num bar na praia. Tô me reacostumando com essa “mudança de paradigma”, encontrei uma galerosa num nível mediano de saídas, o que é bom já que evita a obrigação de sair. Aos poucos quem sabe eu vire um baladeiro de carteirinha e mude o nome do blog de Antologia para Bebedologia, mas por enquanto ainda recuso alguns convites de saída pra curtir um filme ou uma série no PC. Não se muda e desmuda assim de um período para o outro. Aliás, não tenho a mínima vontade de voltar a ser a pessoa que era com 15/16, por enquanto tô bem do jeito que estou!

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Blessed are the forgetful: for they get the better even of their blunders.
(Friedrich Nietzsche)