Meu passado na minha rotina

Todo início de ano mantenho uma rotina, que outrora havia sido imposta por minha mãe, hoje realizo com o maior prazer: arrumar os “papéis” do ano passado. Provas, artigos, textos, poesias, cartas; tudo isso passa por um crivo para dar espaço a novas criações no ano que se inicia. Mais do que melhoramento do espaço físico, porém, esse ritual que realizo há quase 5 anos serve para relembrar pequenas coisas esquecidas com o tempo. Há quem reclame da rotina, já eu a acho importante, fundamental até. É através dela que criamos referência do que será extraordinário. Não que os fatos que não se encaixarem na extraordinariedade da vida deixem de ser menos importantes. É por isso que, dia desses, na minha arrumação pude relembrar do que cheguei a fazer por uma garota, não sei ao certo se foi meu primeiro amor (isso fica pra outro dia rs), mas foi bom lembrar que nem sempre eu fui um cara que não dava a mínima para relacionamentos duradouros. Ou eu fiz um bom progresso, ou estou trilhando um caminho completamento oposto.

Enfim, achei um poema escrito em forma de carta desenhada por mim. O desenho é uma espécie de pergaminho e dentro tem o poema (sim, eu sou/era piegas). Lembro bem do dia que passei horas tentando copiar o desenho do pergaminho que havia visto numa outra carta de amor. No dia seguinte encontrei com ela, passamos algumas horas conversando, aliás, nossas conversas eram as mais duradouras e prazerosas possíveis, pelo menos pra mim rs, acredito, na verdade espero que para ela também. Já ficamos até altas horas conversando sobre nada e com muito assunto ainda por tratar.

Naquele dia não cheguei a entregar a bendita carta. Talvez por medo, insegurança ou qualquer outra coisa, mas ainda assim, não sei se me arrependo. Bom, eis o meu pequeno relato (não achou que ia colocar a carta toda, achou?). Na época acredito eu, deveria ter uns 15 anos. Wow, 6 anos atrás.

“Hell, that’s the most I’ve spoke in a year.”


Feliz daquele que possui seu coração
Eu ainda luto para chamar sua atenção
Render-me? Jamais!
Nada me fará desistir.
Amizade? Sim, seremos eternos amigos
Nessas e em outras vidas
Duvido que negues, que o que sinto, é simplesmente
Amor!

(Thiago Melo)