Insegurança

“Medo é um atraso de vida. E o da mudança é o pior deles…”

Lembro de ter escrito essa frase ano passado em alguma (das muitas) redes sociais que participo. Não lembro exatamente a que eu estava me referindo, mas independente do que tenha sido, provavelmente estava relacionado à insegurança. Não digo que sempre fui inseguro, mas nos momentos que fui eu perdi oportunidades do tipo life changing por medo de uma mudança. Na verdade a insegurança tá mais pra uma variável na minha vida que qualquer outra coisa, existem momentos em que eu estou bastante confiante, não só em mim, mas nas situações que ocorrem comigos, como se de ulguma forma eu pudesse ter 100% de controle sobre elas, mas de uma hora pra outra esse otimismo cai, eu recuo e na maioria das vezes me arrependo depois.

Talvez por isso esse ano eu tenha adotado uma mentalidade diferente, toda vez que eu tiver que tomar alguma dicisão séria, eu vou pensar como o “Thiago do passado” (referencia à série How I Met Your Mother) e agir como o “Thiago do futuro”, no sentido oposto, quem sabe quais frutos irei colher? Ouvir um não de uma garota? Ressaca? Se eu for parar pra pensar isso não é nada comparado a ficar sentido remorso de si mesmo. Agora, independente do que aconteça, assuma suas responsabilidade. Nesse caso é melhor se sentir arrependido do que ser uma criança imatura.

Pense assim, numa situação dessas (no caso com uma paquera), o não você já tem, afinal vocês não estão juntos, o que você tem que fazer é lutar pra que esse não vire um sim. E se você não conseguir, você tentou e já pode partir pra outra. Você não tem necesssidade de ganhar tudo na vida. Nem só de vitórias um campeão é feito.

“A minha insegurança destrói meus caminhos.”
(do livro: “Livrai-nos de todo mal”, Edson Rufo)

Wait for it…

Eu tendo a ficar depressivo em momentos aleatórios da vida e por tempo igualmente indeterminado. Fico cabisbaixo, sem me dar muita atenção e incrivelmente minha percepção do mundo que me cerca cresce numa mágica exponencial. Fico calado, num canto qualquer, vendo tudo e todos, evitando contatos visuais e qualquer situação que me force a dar mais do que um “bom dia”. Esse não é um fenômenos recorrente, e das vezes que ocorreu poucos foram aqueles que perceberam, e, quando os poucos que me realmente me percebiam vinham falar comigo sobre isso, magicamente esse momento tão raro me escapava das mãos. Como se só valesse a pena se ninguém pudesse me ver e eu fosse um terceiro-observador alheio àquele mundo que insistia em continuar, mesmo sem a minha encenação.

Nesse meu “tal momento” eu começo a perceber olhares e expressões por todo canto, que me pergunto se aquilo existia desde sempre ou se passou a existir somente quando passei a notar. Infelizmente nunca saberei a resposta, já que ao ser tirado desse momento nada disso fará alguma importância pra mim até que, em algum outro momento aleatório, e volte a esse estado. É estranho descrevê-lo, não sinto raiva ou rancor, mesmo quando acham que deveria, não sinto vontade de me matar (se é o que estão pensando haha), muito menos fico triste. Só fico alheio a tudo aquilo que está ao meu redor, participando de uma maneira diferente e não usual. Ao seus olhos eu posso parecer um anti-social, e talvez daqui há alguns anos eu até sinta o mesmo ao reler esse texto, mas o que posso falar dele agora é que me é útil, talvez você deveria tentar o mesmo.

É, eu tendo a ficar um pouco depressivo em momentos aleatórios. Falando nisso, já falei que hoje é meu aniversário?! It’s my birth… wait for it… day! Birthday!! Parabéns pra mim! \o/

Pra não acabar as tradições das frases pós posts:

“Why God, why?! We had a deal! Let the others grow old, NOT ME!” (Joey de Friends)

Quando se é velho ainda novo!

Adolescência é a época de pirar, né? Sair pra balada final de semana, beber todas, pegar alguém e só chegar cedo (do outro dia). Bem, nem sempre. A chamada “Síndrome dos Jovens Idosos” ataca muita gente por motivos diferentes. Acredito que a minha “desculpa” é apenas uma questão de acidente temporal. Logo que o adolescente começa a sair na noite, geralmente nos aniversários de 15 anos das amigas, ele começa a pegar gosto pela coisa: beber com os amigos, chegar mais tarde em casa, etc. Acontece que na minha época várias coisas impossibilitaram essa continuidade, entre elas a principal foi eu enão entrar em consenso com meus amigos sobre o destino de nossas saídas.

Enquanto eu queria curtir uma boate (até porque até então nunca tinha ido a nenhuma), a maioria queria ir pra shows de forró, axé e afins que eu não fazia a mínima questão de chegar perto por puro desinteresse mesmo. Além do que, mesmo que eu arrumasse companhia era difícil sair sem carro, morava longe dos “points” e, ou andava de táxi ou não ia e adolescente liso, só com passe escolar na carteira, já viu.

Pra não deixar de sair com os amigos a solução foi encontrar um senso comum: cinema! Grandes filmes que me lembro de ter visto na telona tiveram como companhia meus amigos da escola, acho até que isso me aproximou mais da 7º arte e me fez mais curioso pra acompanhar produções, notícias, diretores, etc (Pra quem não sabe tenho um site e um blog de cinema ;D). Acontece que a saída pro cinema começou a ficar manjada e aos poucos também fomos deixando de lado e por falta de opção mesmo (e a aproximação do vestibular), meu divertimento se resumia a um livro, uma crítica de cinema, ouvir música, assistir televisão,jogar baralho, dormir. Enfim, algo que contrariasse os agitos da night.

Eis que entro na faculdade e quem eu encontro? Os amigos que eu queria quando tinha 15 anos (não que eu não goste dos meus amigos de início de adolescência, pelo contrário!) Hoje em dia é raro uma sexta-feira passar sem convite, nem que seja pra ir jogar sinuca num bar na praia. Tô me reacostumando com essa “mudança de paradigma”, encontrei uma galerosa num nível mediano de saídas, o que é bom já que evita a obrigação de sair. Aos poucos quem sabe eu vire um baladeiro de carteirinha e mude o nome do blog de Antologia para Bebedologia, mas por enquanto ainda recuso alguns convites de saída pra curtir um filme ou uma série no PC. Não se muda e desmuda assim de um período para o outro. Aliás, não tenho a mínima vontade de voltar a ser a pessoa que era com 15/16, por enquanto tô bem do jeito que estou!

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Blessed are the forgetful: for they get the better even of their blunders.
(Friedrich Nietzsche)

Quando o “não-fazer” é um “fazer”

Vez ou outra a gente ouve “Não me arrependo do que fiz, só do que não fiz”. Engraçado perceber como a gente arruma algumas desculpas ou razões pra justificar nossos atos, mesmo porque o ‘não-fazer’, no fundo, é um ‘fazer’. Quando você deixa de fazer algo, é uma decisão que você toma, logo terá que arcar com as consequências desse ato, sejam elas boas ou ruins e acredite, sempre haverá consequências com as quais você deve lidar.

Acho que o que quero dizer é que, por mais que façamos algo por um motivo qualquer, e que posteriormente percebemos que optamos pelo caminho errado, tentamos nos convencer, a qualquer custo, de que aquilo foi a coisa certa a ser feita. Errado seria agir “não-fazendo”. Contraditório? Não sei, talvez seja uma adaptação evolutiva que obtivemos pra contiuarmos no topo da escala. Mesmo quando nossos erros tentam nos provar do contrário.

“It’s our choices that show what we truly are, far more than our abilities”

E se eu não fosse eu…

Ás vezes me pergunto como seria a minha vida se eu não fosse eu. Numa discussão menos mirabolante, passo horas imaginando como seriam os últimos anos que vivi se não tivesse trocado de escola na 2º série, ou se tivesse permanecido na equipe de natação, se tivesse passado em uma universidade pública ou se tivesse nascido em qualquer outro lugar. E sinceramente, depois de tantos anos de perguntas não sei se cheguei a uma resposta convincente e consistente. Talvez eu me tornasse exatamente a mesma pessoa que sou hoje, ou talvez eu me transformasse numa caricatura barata que o meu eu presente odiaria. Poderia eu odiar um “possível eu”?

Começo a pensar que faço de propósito: deixo passar uma oportunidade boa, somente para imaginar depois o “E se…”. É mais confortável. Pelo menos nessa discussão pessoal eu já cheguei a um ponto pacífico: o motivo desses questionamentos veem daquilo que consideramos bom em um momento específico. E claro, da nossa constante insatisfação como nossa situação atual. Mesmo não seguindo uma estrada, imaginamos sempre as consequências que ela traria.

Sempre achamos que poderiamos estar em melhor lugar se tivesse feito aquilo ou aquilo outro. É natural projetarmos nossa infelicidade numa possível felicidade condicional que nunca passará disso. E desse ponto pacífico saem outros mais instigantes: e se pra buscar esse almejada felicidade eu tivesse que me tornar uma pessoa completamente diferente da que sou?

Sinceramente? Não sei se seria capaz, talvez por medo, preguiça ou por covardia mesmo. Talvez por isso eu tente provar cada dia a mim mesmo que “a tal da dona felicidade” não existe, é uma estória criada para educar os mais curiosos. Logo não há razão para eu mover rios e montanhas em busca dela. Como eu disse, pra você sonhador, pode ser um pensamento medroso, preguiçoso ou covarde, mas certamente eu pensaria duas vezes antes de apertar o botão rewind na minha vida. Estou muito bem provido no local onde estou e com as pessoas que convivo.

We can, however, choose our friends and I am glad I have chosen you.
Max Jerry Horovitz (Mary & Max, 2009)